“RAMERRAME” EDUCACIONAL

21-09-2010 15:24

 

Quero hoje ser um “ramerrão”.

Quero fazer uma fofoca sem nexo, repetitiva, monótona e enfadonha, para mostrar que, como professor, em estágio, posso construir, e, até, agredir, os ouvidos de um povo, e, escrever aurelianamente, do mesmo modo, quanto outros, que no poder maior, se sentem ofendidos, por essa onomatopéia do passado, mas que chegam revigorando-a até, mesmo após sua extinção da ortografia e da lingüística moderna.

Meu “ramerrame”, é sobre agressão. Agressão escolar... Agressão do mestre educador. O professor, que é agredido diariamente nas escolas, de todas as formas distintas e possíveis, desde palavrões, usados pelo aluno (o mais simples: to ligado...!, e, Meto à mão na cara dele! Entre outros), como as normas de disciplinas implantadas pelos gestores. Chegando, aos “ramerrames (já na nova ortografia,.. rsrsrsrs)” familiares, e, até, quando soterram em pequenos e incômodos espaços de uma classe, um número bem maior de alunos, que ela comporta.

 É agredido ainda, o professor, na falta do material de expediente, acomodações de qualidade, que lhe faça justiça ao seu direito de ensinar. Entre outras necessidades básicas, para o bom desempenho da sua função, e, como primordial, seu salário, hoje tão ínfimo e Pífio (segundo uma entidade classista). Salário que o educador percebe, para agüentar ser agredido em sala de aula, e ouvir um bocado de “rame-rame (na ortografia antiga)” educacional, vindo das salas da sabedoria gestora, através dos seus planejamentos, dos quartiunários das paredes. Salário que não tem poder de melhorar a vida social, funcional e profissional do educador, na sua essência maior, sem precisar de “ramerrame” para ganha-lo.

-Tá ligado gestor?, O professor não pode tá ligado, pois ele não é eletrodoméstico, para consumir, ele está só, sendo consumido!...rsrsrsrsrsr.

A evolução da informática está completa e difundida com mais ação, para o alunado, só se ouve agora, com relevância para a cultura do conhecimento, o novo sistema de educação, por exemplo: Educação à Distância? - Deste modo, sai a figura do professor ao vivo (quase morto...rsrsrsrsr). Isto não é uma agressão?, ou já é um novo estudo Fundebiano/Salarial?. Quem sabe até, se não é um novo congelamento salarial do professor, que teima em ir para a escola ministrar aulas?

Bolsa escola e outras regalias, são presenteadas, para que se possa ir à escola. Estudar? Bem... só o tempo pode afirmar! – Mais uma agressão, ensinar e não saber o destino do seu aluno. Por sua vez, os pais felizes, levam seus filhos para a escola, pouco se importando se o seu filho agrediu o professor, que, outrora, também o ensinou. Chega a dizer no entanto: “Que professor mais atrevido, gritar com meu filho, quem ele acha que é?”. Decerto que, num ato dessa natureza, jamais o professor teria razão alguma, pois a formação, bem como a sua arte disciplinar, não se uniria com ações provocativas e de revide ao seu aluno”.

Fico pensando, cá com meus botões, da minha camisa surrada e barata. Professor não tem farda escolar, sabiam?, quando menos, tem uma ridícula bata, que agride até as domésticas nos dias de hoje (Nada contra as domésticas, pois são dignas e souberam conquistar os seus direitos).

Professor não consulta internet. Suas salas não lhes dão dignidade de planejamento, na maioria, quentes e de fácil acesso, para outrem, que no intervalo entre uma aula e outra, é invadida por aluno ou pais, e vivem, na maioria, entupidas de estantes; não há computador; seus expedientes e pautas de horários escolares, ainda são rabiscados à mão num quadro verde (negro).

- Vocês não acham que isto é uma agressão?

Afinal, quando vão começar a tratar o professor, como digno profissional?

Sem esses “ramerrames” que falam por aí, que vão melhorar, ou isso vai ficar no “ramerrameiro” de sempre.

Eu hein...! Nem os gestores sabem, apenas planejam muito e acham que tudo deu certo.... Será?

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